sábado, 13 de abril de 2013

Nada será como antes!!!

Bom dia! Acordamos na Fazenda Pedra Negra e já programamos um longo dia pela frente: Museu do Café, Praça Travessia e sair em busca de uma nova pousada.



O café foi servido ali naquela portinha...





Depois do café iniciamos um pequeno "tour" pela Fazenda. Não podíamos andar muito, devido àquele pé torcido no início da viagem e que insistia em doer...









 


Adorei caminhar pela Fazenda!


Que linda!

Uau! 1915?

A Fazenda Pedra Negra é uma tradicional fazenda de café de 1915, com terreiros de secagem históricos. O casarão preserva móveis de época e em frente ao casarão um antigo armazém tombado pelo Patrimônio Histórico, abriga o atual Museu do Café.


Terreiro para secar o café















Dona Isaura, proprietária da fazenda, promovia cafés musicais no museu e era muito bem frequentado. Ali no museu aconteceu inclusive apresentações teatrais. O museu já teve uma agenda cultural movimentado. Mas atualmente só abre quando tem alguém interessado em visitá-lo. 


O museu tem muita informação e objetos de grande valor histórico e cultural, mas infelizmente está sem apoio financeiro para manutenção. O telhado tem problemas e quando chove,  muitas coisas acabam molhando. Realmente é uma pena que uma iniciativa tão importante como esta fique assim sem incentivo. Torcemos muito para que a Isaura conquiste novas parcerias para fazer os restauros necessários e manter este grande patrimônio que é a Fazenda Pedra Negra e transformar o  Museu em um novo espaço cultural de Três Pontas.






Nos despedimos da Fazenda e fomos para o Centro de Três Pontas para enfim visitar a casa da família do Milton Nascimento onde, segundo informações obtidas na internet, tinha um museu com objetos, discos de ouro e outros acervos sobre o cantor.

                     
Chegamos na Praça Travessia, uma  homenagem à musica do Milton, e a Casa que pertencia ao seu pai estava fechada. Então, perguntamos a uma mulher que morava em frente se ela sabia de alguma coisa. Ela não soube informar. Disse que achava que era aquela casa, mas que não sabia se abria para visitação... Bem, tentamos mais informações, mas em vão. Até que uma senhora nos informou para ir até a Casa da Cultura.






Josino de Brito Campos "Zino", pai adotivo de Milton 
(fonte: http://www.museuclubedaesquina.org.br )
Curiosidade: Milton não é mineiro, ele nasceu no Rio de Janeiro e foi morar em Juiz de Fora com sua vó ainda pequeno, quando sua mãe faleceu. Não se adaptou e foi então morar com Lilia, filha de sua madrinha, e seu esposo, o Sr. Josino na cidade de Três Pontas. Muitos até acreditam que ele nasceu em Três Pontas. É um mineiro de coração!

Milton com seus pais adotivos: Lilia e Josino
(fonte: http://www.controversia.com.br/index.php?act=textos&id=10143)

Aquela casinha branca era do Sr. Zino

Na Casa da Cultura também foi um jogo de "passa e repassa" até chegar a uma pessoa que soubesse dar uma informação concreta sobre a casa, se abria para visitação, ou não... Enfim,  a Keyre, uma pessoa muito bem informada e apaixonada pela cultura local, nos contou que após a morte do Sr. Josino, a casa não abriu mais para visitação e a família está avaliando o que fará com todo o acervo. Ali na casa da cultura tem apenas uma foto do Milton. A Keyre nos contou também dos famosos concertos dados na cidade pela família Tiso, e do encontro de folia de reis que acontece todo ano. Também nos contou que o Milton vai todo ano a Três Pontas e faz show gratuito para a população!!!



Bem, confessamos que ficamos um pouco frustrados com a falta de informação sobre um artista tão importante para nossa história musical. Mas parece que essa dificuldade foi enfrentada também por pessoas bem próximas ao "Bituca" . Veja este depoimento de Helson Romero, sobrinho do Sr. Josino no site do Museu Clube da Esquina , quando pensou em montar um fã clube na cidade. 


Outra frustração foi com relação ao café, não encontramos nenhum lugar especializado para comprar café. Só no supermercado mesmo...
O que nos surpreendeu em Três Pontas foi a religiosidade, percebemos que em todos os cantos tinha o nome de Padre Vitor. Era nome de estabelecimento, fonte, mercado, rua, até  marca de um café no mercado. A cidade respira "Padre Vitor", e a gente então resolveu pesquisar para saber quem foi Padre Vitor.

Padre Victor

Padre Vitor nasceu em Campanha, no ano de 1827, e paroquiou em Três Pontas durante 53 anos pregando a fé, a esperança, a fortaleza, a prudência, a justiça, a obediência, a castidade, a temperança, a humildade, o temor a Deus e, sobretudo, a caridade. Amava a Deus na pessoa do seu semelhante, de modo especial nos mais pobres. Os paroquianos, em suas necessidades, recorriam a ele. Era bom, porém enérgico.  “Padre Victor vivia de esmolas e dava esmolas”. Faleceu no dia 23 de setembro de 1905. A notícia abalou a cidade e toda a região, que já o venerava. 

A população chorou a morte de seu líder, de seu protetor, do mensageiro entre Deus e os homens. Ficou insepulto três dias e, de seu corpo,  exalava perfume. Tendo em vista o grande número de pessoas que compareceram ao sepultamento, fez-se necessário fazer uma procissão pelas ruas da cidade, voltando novamente à Matriz - por ele construída - onde foi enterrado.

Memorial Padre Vitor

Padre Francisco de Paula Victor é considerado pelos trêspontanos como o seu “Anjo Tutelar”. ( fonte: site oficial )

Em 1993 iniciou-se o processo de beatificação e canonização de Padre Vitor.

Assim saímos de Três Pontas... com várias indagações, com muita fome e sem pousada para passar a noite... Rumo ao desconhecido!!




Que notícias me dão de você...